A saga do Hospital

A saga do Hospital continua. Desde da altura em que passou a constar no Orçamento de Estado de 2017 o compromisso do Estado entender a construção do hospital da Madeira um Projeto de Interesse Comum e, assim, assumir o compromisso através de uma norma expressa no OE2017, de comparticipar em 50% a construção do Hospital Central da Madeira, que este assunto em tido momento alucinantes.

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Sessão Plenária – OE2018 – Debate na Especialidade

No âmbito do Debate na Especialidade do Orçamento do Estado e Grandes Opções do Plano para 2018 – Artigo 60.º – A (Encargos com juros).
Proposta para uma diminuição das taxas do empréstimo da Madeira em virtude do Estado estar a beneficiar de um crescimento da economia, de empréstimos a curto prazo com taxas menores, mas sem esquecer que a divida que foi contraída pela Madeira foi feita a longo prazo a uma taxa de 3.375%, a mesma a que o Estado contratou divida nessa altura perante as instituições financeiras como FMI. A decisão de diminuição da taxa da dívida da Madeira será sempre uma decisão política e não uma decisão técnica. Por isso é abusivo dizer que o estado está a ganhar dinheiro à conta da divida da Madeira.

As palavras que ainda não vos disseram

Há cerca de meio ano, no dia 9 de Maio saiu neste Jornal, um texto meu que espoletou alguma polémica, sobretudo no seio do PS Madeira. Vaticinava eu, que se preparava uma candidatura camuflada de Paulo Cafofo às eleições regionais de 2019, quando tinha acabado de começar a sua campanha para continuar como presidente da Câmara do Funchal. Dito e feito. Mas muitos dos que ficaram ofendidos com as palavras que disse, palavras escritas, afinal queriam era que se falasse baixinho, porque, afinal, era verdade.

Como na altura disse, não sou ingénuo para julgar que a política e a disputa do poder se fazem sem artifícios, mas há uma coisa que me incomoda solenemente, que é a dissimulação. Respeito e gosto mais das pessoas que se comprometem.

Cafofo continua sem se comprometer com as palavras que diz e escreve. As ´palavras que vos disse’ no seu artigo de opinião no DN de dia 6, pairam como uma espécie de espírito santo que um dia há de trazer a boa-nova. Só se consegue ler o texto verdadeiro nas entrelinhas.

Mas o Dia da Anunciação já foi protagonizado por um anjo. O presidente da Câmara do Porto Moniz, ainda os votos das autárquicas estavam quentes, anunciava a sua candidatura à liderança do PS Madeira contra Carlos Pereira, para, pura e simplesmente, estender uma passadeira vermelha ao ‘LÍDER DE UMA COLIGAÇÃO DE PARTIDOS’ – Paulo Cafôfo dixit in DNoticias 2017-11-06.

O caricato, é que também o candidato a líder do PS, Emanuel Câmara, vê Paulo Cafofo como um líder, o único capaz de apresentar um projeto do PS credível para as eleições em 2019.

Mas Cafofo continua a pairar, sem se comprometer com palavras escritas, mesmo tomando assento na primeira fila da apresentação de Emanuel Câmara a líder do PS Madeira.

Porém, há que o dizer, os únicos que realmente mostram a sua alma, a sua verve, os que são verdadeiramente livres e donos de si mesmo, são os que o fazem através da palavra impressa e não apenas os que têm opinião, por palavras ditas, atos ou omissões.

Cafofo não teve ainda a hombridade e coragem para dizer ao que vem. Escuda-se atrás de uma marioneta e só assumirá o seu projeto se esta ganhar o PS.

E assim, chego às palavras que ainda não vos disseram.

A primeira é que, através de Emanuel Câmara, o PS prepara-se para entregar a alma ao Criador e ir desvanecendo como partido na Madeira, como já aconteceu no Concelho de Santa Cruz, como aconteceu na Cidade do Porto e outros lugares pelo País fora.

A segunda é que Carlos Pereira vai debater a sua liderança à frente do PS com Emanuel Câmara e por isso nunca poderemos ter um frente a frente entre Carlos Pereira e Paulo Cafofo, para saber quem é que seria o melhor candidato às regionais de 2019, pois Cafofo só aparecerá se Emanuel Câmara ganhar o partido. A não ser que Cafofo venha a jogo dê o peito às balas, como fazem AS PESSOAS.

E para terminar, depois de uma série de opiniões certamente controversas, acabo com uma frase que me parece consensual. Uma coisa é popularidade, outra é a competência. A primeira, a maior parte das vezes, só se consegue com populismo. A segunda, às vezes é incómoda para as pessoas, mas é a única que é capaz de construir algo diferente que a Madeira precisa, depois de 40 anos de populismo.

7 de Novembro de 2017
publicado in JM . Jornal da Madeira

Vem aí o Neo-Jardinismo

Albuquerque já foi com as couves. A tentativa de renovação dentro do PSD num ensaio de mudar o rumo jardinista, tem os seus dias contados.

Pedro Calado, que saiu de vereador da Câmara do Funchal diretamente para a construtora AFA, que teve para ser em 2015 vice-presidente de Miguel Albuquerque, mas não foi, regressa à política, depois de dois anos como administrador do maior empreiteiro da Madeira, para Vice-Presidente do Governo Regional. Miguel Albuquerque passou ao estatuto de corta-fitas e com Pedro Calado, o GR vai colocar de novo a betoneira a funcionar.

Alberto João Jardim que andava ressabiado desde que saiu, escorraçado por Miguel Albuquerque, pela porta dos fundos do seu PSD , ressuscitou agora com esta renovação da renovação. Vem aí o Neo-Jardinismo.

A Golpada

Não tenho em boa conta criaturas sonsas e pessoas que não se comprometem com as suas vontades.

No exercício da política há lugar a simulações, hipocrisias e jogos de poder em que o bluff e outros artifícios fazem parte do combate natural para levar a bom termo um projeto político. Negar isso seria ser ingénuo ou utópico.

No entanto, há limites!

Não falo de limites para quem arrisca uma ‘jogada’, pois isso corre por conta de quem a pratica e aí, os limites têm a ver apenas com a sua ética e moral. Falo tão somente dos limites da paciência de quem assiste a um jogo de rebelião cujos protagonistas apregoam ao mesmo tempo que é preciso estabilidade, da paciência que é preciso ter para sentir algumas facas espetadas nas costas e ter que sorrir ao mesmo tempo.

Essa é que é a verdadeira paciência. E tem limites.

O que se desejaria, a seis meses de umas eleições autárquicas era, para bem dos candidatos e sucesso dos partidos que os apoiam, existir calma e estabilidade. Carlos Pereira tem feito isso pelo PS. Tem suportado várias facadas nas costas e também pela frente, mantendo a serenidade e um sorriso na cara em nome da estabilidade necessária para que o projecto autárquico do PS na Madeira seja um projeto de sucesso.

Mas há limites. E agora, pela terceira vez, foi ultrapassado mais um limite. Paulo Cafôfo, no congresso autárquico do PS não desmentiu o jornalista que lhe perguntou se poderia vir a ser candidato nas Regionais em 2019; numa entrevista à SIC, disse sobre o mesmo tema que não se fecham portas para esse caminho. Ontem, no Jornal da Madeira, surge uma notícia que não foi desmentida, em que, sem grande surpresa é certo, Paulo Cafôfo e Vítor Freitas (aquele que sofreu a maior derrota do PS em eleições regionais), apoiariam Duarte Caldeira para confrontar a atual direção do PS Madeira protagonizada por Carlos Pereira. Uma jogada para, obviamente, Cafôfo ter o apoio do PS Madeira e em 2019 ser o candidato a presidente do governo regional.

Ora isto coloca duas situações.

Por um lado, torna mais transparente e claro que Paulo Cafôfo quer ser candidato em 2019 o que, para aqueles que se preparam para votar nele em Outubro próximo para continuar como presidente da Câmara do Funchal, constitui um logro. No meu ponto de vista não faz sentido votar para um presidente que deverá cumprir um mandato de 4 anos onde, na prática, se irá candidatar para um ano e meio e, mesmo assim, um ano e meio a pensar não na sua cidade, mas no cargo a que se candidatará nas regionais.

Por outro lado está a dizer claramente, com a aceitação da noticia que saiu no passado sábado neste Jornal, que está obviamente contra a direcção do partido que, à partida, o apoiará nas próximas eleições autárquicas. Ora, se até aqui a paciência não se tinha esgotado, que estará então à espera esta pandilha que se opõe à direção eleita em congresso, sem oposição, que até hoje não teve qualquer derrota?

Pois eu não sei o que fará Carlos Pereira. Mas eu, no seu lugar, não dava mais para este ‘peditório’.

Tudo isto é política e, neste contexto, nada disto é anormal. É normal que Cafôfo, ainda embriagado pela sua eleição há 4 anos, pense que apenas a ele se deve aquela vitória, almejando assim voos maiores sem sequer ter cumprido o seu primeiro desígnio. É normal que Caldeira queira passar de presidente da Junta a presidente da Câmara e é normal que Vitor Freitas se agarre a qualquer bóia, já que da barca de Carlos Pereira, ele já saltou há muito tempo.

Mas o que não é normal é tudo continuar nesta indefinição fingida com notícias sonsas.

E é por tudo isto que tinha sido melhor ter havido um congresso no PS Madeira antes das autárquicas, clarificando posições e definindo estratégias, sem ter que se assistir a estas jogadas que só destabilizam um partido que se prepara para umas eleições determinantes para o seu futuro próximo.

E sou eu a dizer isto, que nem sou filiado no PS. Apesar disso, julgo ter uma melhor noção do que é ser-se militante do que alguns dos que foram ao congresso do PS há dois anos e votaram maioritariamente a moção que deu o comando do partido a Carlos Pereira.

17 de Maio de 2017
publicado in JM . Jornal da Madeira