Carlos Pereira não é mentiroso

Entrevista pub/ DN-Madeira em 14/09/2018

Emanuel Câmara, Presidente do PS Madeira, entrevistado pelo DN Madeira tece algumas considerações nas quais me inclui enquanto deputado da Assembleia da República eleito pelo PS.

Considerando que as afirmações aí patentes não estão truncadas e não tendo sido desmentidas, obrigo-me a fazer alguns comentários às suas afirmações.

Como ponto prévio há que dizer o seguinte:

  • O meu compromisso, enquanto deputado é, em primeiro lugar, com os leitores que me elegeram, cumprindo o lema da campanha: ‘Sempre com a Madeira’; em segundo, com o projeto de Carlos Pereira para 2019 cuja base foi a moção aprovada no congresso do PS-M em 2015, pois foi nessa base que aceitei ser candidato e fazer parte desse projeto de mudança política na Madeira; em terceiro lugar com o Programa de Governo aprovado na Assembleia da República em 2015.
  • Relativamente à minha participação cívica e política para construir uma alternativa ao poder instalado na Madeira, ela não vem de agora, nem de 2015, nem de 2013. A minha opinião pública e publicada tem pelo menos 15 anos e não só contem críticas ao regime instalado como inclui propostas para uma mudança de paradigma do desenvolvimento da Madeira e do Porto Santo.
  • Apesar de não filiado no Partido Socialista considero-me um militante deste projeto pelo qual fui leito, do grupo de parlamentar a que pertenço e dos interesses da Região Autónoma da Madeira.

Por isso, como apoiante da candidatura de Carlos Pereira, reconheço e aceito democraticamente, que o projeto vencedor que resultou das últimas eleições do PS, apesar de não ser, no meu entender, o mais apropriado para vencer as regionais em 2019, deve ser respeitado porque foi o mais votado pelos filiados no PS Madeira.

Depois dos pontos prévios e indo diretamente ao assunto da entrevista.

A seguir às eleições internas, Carlos Pereira enviou mais do que um email à nova direção sugerindo uma reunião e anexando um conjunto de ideias como principio de conversa do que deveria ser a base para a construção de uma unidade do PS, uma unidade que servisse o objetivo de ganhar a confiança da maioria dos eleitores em 2019.

Esses emails não tiveram resposta, foram ignorados. E nas últimas palavras que aparecem na entrevista percebe-se porquê: qualquer estratégia desta nova direção nunca passou por incluir o antigo líder. Nem a ele, nem a mim.

Essa desconsideração é baseada num pensamento simples: de que passadas as eleições, Carlos Pereira apenas conta consigo próprio e mais meia dúzia de pessoas e, por isso, o seu peso político é desprezível. Um pensamento erróneo e alguma ligeireza no discurso.

Só porque se tem mantido uma espécie de paz podre, em que nem Carlos Pereira nem os apoiantes do seu projeto, têm contribuído para a destabilização do mandato da nova direção, não quer dizer que ele tenha perdido peso. Carlos Pereira é um corredor de fundo, não é um ‘sprinter’…

.

É verdade que após essa tentativa de aproximação não correspondida, recebi 3 emails do departamento de comunicação do PS-M, convocando-me para uma ‘reunião interparlamentar’. Uma em Abril, outra em Junho e outra em Julho.

Mas também é verdade que não houve nenhuma proposta de reunião para tratar de assuntos relacionados com o Orçamento de Estado para 2019. Pelos vistos também não será necessário, pois Emanuel Câmara ‘’tem tido as reuniões certas nos lugares certos’’. É verdade que já o vi um vez na galeria da Assembleia da República e, ao longe, num corredor. No princípio de Abril. Mas não foi para falar com os deputados do PS eleitos pelo seu circulo eleitoral.

.

Não sei de onde caiu esta entrevista, a propósito de quê. De uma coisa tenho a certeza, não são palavras de um líder que quer unir todas as pontas em torno de um objetivo comum. Uma postura contrária teve Carlos Pereira durante as autárquicas. Mesmo aguentando as facadas nas costas, proclamava a unidade em favor de uma vitória significativa nas autárquicas.

.

.

Alguns, ao ler este texto, entenderão as minhas palavras, como uma afronta ao atual líder do PS Madeira. Não são de todo. São apenas um esclarecimento que deve servir de contraponto às singulares palavras de Emanuel Câmara que tentam levar ao descrédito dos atuais deputados do PS eleitos pelo circulo da Madeira.

.

Assim, se não houver mais afirmações neste sentido, considerarei as palavras da entrevista como um incómodo passageiro e continuarei seguindo o meu caminho, cumprindo o meu papel enquanto deputado, ‘sempre com a Madeira’.

Ser ou não ser, eis a questão

Ao menos, uma vez que seja, aparece aqui um texto de apoio à candidatura de Emanuel Câmara que é escrito em português entendível e revela aquilo que os move.
Não são grandes ideias as que estão expressas no texto que João Pedro Vieira deixou no seu facebook a semana passada. Como ele próprio diz, no ponto 10 do seu gongórico texto, sabe melhor o que não quer para o PS do que aquilo que quer.

Para saber o que não quer, apenas lhe basta dizer mal de Carlos Pereira, a quem aliás dedica quase todo o seu texto. Para saber o que quer, é-lhe suficiente dizer saber o que Emanuel Câmara pensa sobre o que fazer para o futuro da Região.

Porém, o que Emanuel Câmara realmente pensa, dá-me ideia de que nem o próprio sabe muito bem, porque, as únicas coisas que se ouvem quando fala é: 1. sobre o seu herói (ele próprio). 2. Sobre a importância das pessoas (um futuro pelas pessoas) 3. Ouvir os militantes… e por aí fora, num relambório de frases feitas que dizem o óbvio ou não significam nada.

Se mais alguma ideia tem, deve ter dito apenas a João Pedro Vieira e aos militantes que ele convida para os seus jantares/comícios.

É que, sobre Carlos Pereira, já ouvimos, em vários fóruns, dizer o que pensa sobre a prestação do governo regional, sobre o que devia mudar, sobre novas ideias a implementar na região, já escreveu um livro onde denunciou o desastre jardinista, escreve nos jornais e nas redes sociais diariamente o que pensa sobre diversos assuntos e, sobre o PS e a sua afirmação na Madeira, já o disse, varias vezes, quer em congresso quer em outras ocasiões, a forma como o pretende colocar no terreno.

Entretanto parece que Paulo Cafôfo já assumiu (finalmente), que será o candidato a presidente do Governo Regional como líder de uma coligação de partidos, contrariando quase um ano de incongruências e dissimulações. Não me interessa discutir o processo. Já o fiz em 3 artigos que publiquei no JM. ( 1 2 3 )

Interessa-me é constatar que, também sobre Cafôfo, não conhecemos nenhuma reflexão escrita por ele, ou discurso, que vá além de frases feitas e lugares comuns. Peço desculpa. O último artigo de opinião estava bem escrito e explanava algumas ideias com coerência e bem estruturadas, embora, diga-se de passagem, não adiantava nada de extraordinário ao que vários têm dito sobre economia, educação e saúde. Nem parecia escrito pela mesma pessoa que escreveu os anteriores. Parabéns.

É pena que nunca venha a haver hipótese de as discutir com Carlos Pereira, para saber quem é que realmente escreve o quê e o que os distingue num projeto para a Madeira e o Porto Santo.

Querida, você não mudou nada

Hoje, dia 7 de Janeiro, apareceu este artigo de opinião no Diário de Notícias da Madeira.

A opinante, às tantas e a despropósito, diz o seguinte ‘(…) lembrei-me da sua eleição em 2005 como vereador independente à Câmara Municipal do Funchal e do seu número dois, um arquiteto, por coincidência também independente. (…) Nunca falei com o dito, nem nunca estivemos no mesmo espaço, mas jura que me conhece, pelo menos no grupo fechado do PS onde os meus amigos ainda não foram bloqueados. Não se preocupe, meu caro senhor independente, não é o único a jurar que me conhece… é uma mania que as pessoas têm em terra pequena.(…)’

Continuar a Ler

Vem aí o Neo-Jardinismo

Albuquerque já foi com as couves. A tentativa de renovação dentro do PSD num ensaio de mudar o rumo jardinista, tem os seus dias contados.

Pedro Calado, que saiu de vereador da Câmara do Funchal diretamente para a construtora AFA, que teve para ser em 2015 vice-presidente de Miguel Albuquerque, mas não foi, regressa à política, depois de dois anos como administrador do maior empreiteiro da Madeira, para Vice-Presidente do Governo Regional. Miguel Albuquerque passou ao estatuto de corta-fitas e com Pedro Calado, o GR vai colocar de novo a betoneira a funcionar.

Alberto João Jardim que andava ressabiado desde que saiu, escorraçado por Miguel Albuquerque, pela porta dos fundos do seu PSD , ressuscitou agora com esta renovação da renovação. Vem aí o Neo-Jardinismo.