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Uma oposição diferente
Parece que a coligação Confiança não vai ter uma oposição mole como teve a coligação Mudança…
Sessão Plenária – Linhas de Alta Tensão
Os estilistas
O DNmadeira tem, ao domingo, uma secção de ‘bocas’ com tanta piada, tanta piada, que até faz chorar as pedras da calçada. Agora, dentro dessa secção, tem uma sub-secção de estilismo em que se detêm a fazer crítica de moda e comentar onde personagens da vida madeirense, fazem as suas compras.
O que vale é que esta secção tem tanta graça que de duas páginas, passou há uns tempos para uma e agora já vai quase em meia página.
Há criaturas que não percebem que o humor é coisa séria e quem não sabe, não faz. Ou pelo menos não devia.
Pior do que isto só mesmo A Mosca da RTP 1 que é um hino à mediocridade humorística.
11ª Comissão – Zonas de Emissões Controladas
Carta ao Pai Natal
Série II.025
Carta ao Pai Natal
Alguns tópicos para artigos de opinião que gostaria de escrever, ou que alguém escrevesse, sobre as nossas cidades, os nossos lugares, a nossa paisagem e o nosso território.
- Falar sobre os princípios que norteiam a política de regeneração urbana de uma cidade de média dimensão como o Funchal ou de um aglomerado urbano como o Caniço.
Não esquecer para não falar que já se definiu uma ARU (área de reabilitação urbana) e que já são dados incentivos para a requalificação do edificado. - Saber que regras se devem exigir para a requalificação de um edifício.
Transmitir a ideia de que, uma má intervenção num edifício com história e qualidade arquitetónica assinalável, é provavelmente pior do que deixá-lo em ruina por mais algum tempo. - Transmitir a ideia que existe para o futuro sobre a mobilidade urbana e interurbana.
Falar de como se vão transformar algumas ruas em vias partilhadas; transportes escolares; Bicicletas elétricas partilhadas, sistemas de park&ride (sim, ainda acredito). - Que estratégias a adotar para a revitalização dos centros históricos no que respeita ao comércio, à habitação, aos serviços, ao turismo.
Não falar de montras, letreiros, esplanadas e alindamentos do rés-do-chão. - Que tipo de apoio social à habitação dos mais desfavorecidos, dos jovens e das famílias cujo rendimento exceda os 40% do seu rendimento, deve ser adotada.
Integração na malha urbana, ou criação de novos bairros de habitação? - Como compatibilizar as zonas habitacionais com o turismo, restaurantes e bares.
Criar bairros/zonas mono-funcionais ou alterar os horários de funcionamento compatíveis com a habitação? - Que ideias implementar para uma gestão da cidade mais transparente e participada.
Como tornar apelativa a participação dos cidadãos na orientação da cidade (não falar em orçamentos participativos); como comunicar com os cidadãos (não falar em lojas do cidadão ou do munícipe). - Que iniciativas deveríamos ter para atrair no estrangeiro, residentes de longa duração para a nossa cidade.
Incluir na estratégia os vários agentes, incluindo imobiliárias, participações em feiras, etc. - Considerando a implementação de painéis solares e, em breve, de painéis fotovoltaicos, que controle fazer do seu impacte visual na cidade.
Que regras criar e que controlo fazer, na implantação destes objetos, quer seja em edifícios antigos quer seja nos mais modernos. - Criação de um conselho consultivo para apoiar a definição das linhas estratégicas para os lugares e cidades. Uma ideia já batida, mas que vale sempre a pena insistir; convocar para esse conselho, cidadãos e técnicos com opinião formada, de diversas áreas.
Estes são apenas alguns tópicos que gostaria também de ver desenvolvidos em leituras de documentos, artigos de opinião, entrevistas, discursos e outras intervenções dos responsáveis políticos que gerem os nossos municípios, sejam eles presidentes, vereadores ou outros agentes que definem as políticas de cidade.
Mas a verdade, a verdade, é que já não acredito no Pai Natal.
5 de Dezembro de 2017
publicado in JM . Jornal da Madeira
A saga do Hospital
A saga do Hospital continua. Desde da altura em que passou a constar no Orçamento de Estado de 2017 o compromisso do Estado entender a construção do hospital da Madeira um Projeto de Interesse Comum e, assim, assumir o compromisso através de uma norma expressa no OE2017, de comparticipar em 50% a construção do Hospital Central da Madeira, que este assunto em tido momento alucinantes.
Sessão Plenária – OE2018 – Debate na Especialidade
Proposta para uma diminuição das taxas do empréstimo da Madeira em virtude do Estado estar a beneficiar de um crescimento da economia, de empréstimos a curto prazo com taxas menores, mas sem esquecer que a divida que foi contraída pela Madeira foi feita a longo prazo a uma taxa de 3.375%, a mesma a que o Estado contratou divida nessa altura perante as instituições financeiras como FMI. A decisão de diminuição da taxa da dívida da Madeira será sempre uma decisão política e não uma decisão técnica. Por isso é abusivo dizer que o estado está a ganhar dinheiro à conta da divida da Madeira.
As palavras que ainda não vos disseram
Há cerca de meio ano, no dia 9 de Maio saiu neste Jornal, um texto meu que espoletou alguma polémica, sobretudo no seio do PS Madeira. Vaticinava eu, que se preparava uma candidatura camuflada de Paulo Cafofo às eleições regionais de 2019, quando tinha acabado de começar a sua campanha para continuar como presidente da Câmara do Funchal. Dito e feito. Mas muitos dos que ficaram ofendidos com as palavras que disse, palavras escritas, afinal queriam era que se falasse baixinho, porque, afinal, era verdade.
Como na altura disse, não sou ingénuo para julgar que a política e a disputa do poder se fazem sem artifícios, mas há uma coisa que me incomoda solenemente, que é a dissimulação. Respeito e gosto mais das pessoas que se comprometem.
Cafofo continua sem se comprometer com as palavras que diz e escreve. As ´palavras que vos disse’ no seu artigo de opinião no DN de dia 6, pairam como uma espécie de espírito santo que um dia há de trazer a boa-nova. Só se consegue ler o texto verdadeiro nas entrelinhas.
Mas o Dia da Anunciação já foi protagonizado por um anjo. O presidente da Câmara do Porto Moniz, ainda os votos das autárquicas estavam quentes, anunciava a sua candidatura à liderança do PS Madeira contra Carlos Pereira, para, pura e simplesmente, estender uma passadeira vermelha ao ‘LÍDER DE UMA COLIGAÇÃO DE PARTIDOS’ – Paulo Cafôfo dixit in DNoticias 2017-11-06.
O caricato, é que também o candidato a líder do PS, Emanuel Câmara, vê Paulo Cafofo como um líder, o único capaz de apresentar um projeto do PS credível para as eleições em 2019.
Mas Cafofo continua a pairar, sem se comprometer com palavras escritas, mesmo tomando assento na primeira fila da apresentação de Emanuel Câmara a líder do PS Madeira.
Porém, há que o dizer, os únicos que realmente mostram a sua alma, a sua verve, os que são verdadeiramente livres e donos de si mesmo, são os que o fazem através da palavra impressa e não apenas os que têm opinião, por palavras ditas, atos ou omissões.
Cafofo não teve ainda a hombridade e coragem para dizer ao que vem. Escuda-se atrás de uma marioneta e só assumirá o seu projeto se esta ganhar o PS.
E assim, chego às palavras que ainda não vos disseram.
A primeira é que, através de Emanuel Câmara, o PS prepara-se para entregar a alma ao Criador e ir desvanecendo como partido na Madeira, como já aconteceu no Concelho de Santa Cruz, como aconteceu na Cidade do Porto e outros lugares pelo País fora.
A segunda é que Carlos Pereira vai debater a sua liderança à frente do PS com Emanuel Câmara e por isso nunca poderemos ter um frente a frente entre Carlos Pereira e Paulo Cafofo, para saber quem é que seria o melhor candidato às regionais de 2019, pois Cafofo só aparecerá se Emanuel Câmara ganhar o partido. A não ser que Cafofo venha a jogo dê o peito às balas, como fazem AS PESSOAS.
E para terminar, depois de uma série de opiniões certamente controversas, acabo com uma frase que me parece consensual. Uma coisa é popularidade, outra é a competência. A primeira, a maior parte das vezes, só se consegue com populismo. A segunda, às vezes é incómoda para as pessoas, mas é a única que é capaz de construir algo diferente que a Madeira precisa, depois de 40 anos de populismo.
7 de Novembro de 2017
publicado in JM . Jornal da Madeira
A cidade sem cigarras
Série II.024
A cidade sem cigarras
Na cidade de Toque, viviam sobretudo cigarras e formigas. Também havia mosquitos. E havia abelhas, algumas. E havia mais insectos, mas não entram nesta história.
As formigas, trabalhavam… já se sabe. As cigarras curtiam a vida, claro está.
Havia formigas que tinham empresas enormes e mandavam as outras trabalhar. Havia outras que trabalhava em empresas enormes e sonhavam em ganhar muito para um dia ter as suas próprias empresas, grandes… ou nem por isso.
Havia cigarras cantoras, havia cigarras que eram artistas plásticas e até havia cigarras que escreviam poesia. As cigarras, diziam, trabalhavam só quando… havia inspiração.
As formigas não davam grande valor ao modo de vida das cigarras. As cigarras sobreviviam à custa de divertirem as formigas e o resto da bicharada, nos bares onde tocavam música, nas obras artísticas que as formigas exibiam e nos livros que compravam para ocupar o pouco tempo livre que tinham.
As cigarras ganhavam muito mal, pois o seu trabalho não era devidamente valorizado. O que as cigarras ganhavam, mal chegava para se alimentarem a elas, quanto mais à sua família. As que tinham, porque, ao longo dos tempos, as cigarras foram desaparecendo de Toque porque emigravam, ou porque decidiam não ter filhos, pois não tinham como os sustentar.
Foi assim que a cidade foi ficando cada vez com menos cigarras, até desaparecerem por completo.
Depois, aos poucos, as formigas que trabalhavam imenso, foram sentindo falta de ouvir música, já não tinham livros novos para ler, não havia ninguém por perto que transmitisse poesia à sua vida e Toque, estava cada vez mais cinzenta sem as obras das cigarras artistas.
Aconteceu então que as formigas ficaram cada vez com menos vontade de trabalhar, andavam tristes e rezingavam umas com as outras, pois, a cidade sem a arte das cigarras artistas começou a perder a alma e a matar de tristeza os que ali viviam.
10 de Outubro de 2017
publicado in JM . Jornal da Madeira